Optimismo como solução Económica

As últimas semanas não têm sido especialmente boas para a economia, para os mercados e para a população em geral. Depois do aparecimento do novo vírus Covid-19, grandes quedas nos mercados financeiros, empresas a fechar portas ou populações inteiras em quarentena são algumas das consequências do mesmo. Estas consequências apesar de terem impactos negativos muito grandes na economia, tem uma fonte bastante bem identificada e várias soluções para a mesma em cima da mesa. É normal a comparação destas quedas nos mercados com as grandes quedas da última crise financeira de 2008 mas também devemos de observar as fontes das mesmas e quando comparamos uma crise pandémica com uma crise financeira, é normal encontrar pouca coisa em comum.

A Organização Mundial de Saúde declarou a situação como uma emergência de saúde pública internacional no fim de Janeiro e logo no mês de Fevereiro os mercados financeiros mostraram a preocupação em relação às consequências deste vírus com fortes quedas. O ser humano tem sempre uma maior disposição para se adaptar às coisas positivas do que às coisas negativas e no caso deste Vírus não foi diferente. A quarentena na Europa foi decretada mais de um mês depois do início da queda dos mercados financeiros e nos Estados Unidos quase dois meses. Este desfasamento temporal fez mesmo com que o período de quarentena nos Estados Unidos fosse decretado depois do mínimo ocorrido até agora nos mercados.

Se assim for e se não existir mais nenhuma surpresa nos mercados financeiros, parece que temos uma solução e um fim à vista.

A verdade é que hoje ainda estamos em quarentena e o principal índice de acções Americano já recuperou mais de 30% desde os mínimos registados no final de Março. Podemos sempre olhar para os mercados financeiros como uma previsão dos investidores para o futuro com base na informação disponível hoje e desta forma parece que o futuro próximo não será assim tão mau. Claro que existe sempre um desfasamento entre os mercados e a economia real, tal como existiu um desfasamento entre a percepção dos mercados ao problema e a aplicação de medidas de contenção e mitigação do problema. Se assim for e se não existir mais nenhuma surpresa nos mercados financeiros, parece que temos uma solução e um fim à vista.

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É claro que não podemos relativizar uma altura como esta onde temos partes da economia e alguns sectores completamente parados. Aviões no chão, férias anuladas e lojas fechadas são algumas das coisas que podemos ver que terão um grande impacto para as empresas, mas será sobretudo um impacto de liquidez de curto-prazo. As pessoas irão continuar a andar de avião, a passar férias ou a utilizar lojas para fazer compras. Outros sectores, num lado oposto, que não terão grande impacto com esta crise de saúde é o próprio sector da saúde ou o sector da construção que tem trabalhos com prazos temporais longos. A falta de liquidez e o stress financeiro causado a muitas empresas irá com certeza aumentar o crédito concedido pelos bancos, traduzindo-se como algo positivo para estes.

Cada vez que existe uma crise existe também uma ignição para um próximo período de crescimento

Os mercados estão em queda e os índices de optimismo em baixo. Os números vêm mostrar o impacto que uma crise de saúde como esta pode ter, que neste caso se traduz numa recessão real e um abrandamento económico significativo esperado. Esta recessão provocada por um choque da procura e oferta irá com certeza ter impactos negativos na economia mundial mas será bastante diferente de uma crise financeira estrutural como aconteceu em 2008. Não se prevê que o Covid-19 consiga trazer quebras no balanço económico mas claro que a falta de tesouraria das pessoas e organizações pode trazer problemas particulares.

As fontes principais de crescimento estão cada vez mais fortes. O número de pessoas com elevado grau de escolaridade é cada vez maior. A evolução tecnológica não para e estamos a viver um dos momentos de maior evolução tecnológica da história. A globalização, apesar de algumas possíveis mudanças de paradigmas, não vai parar. Cada vez que existe uma crise existe também uma ignição para um próximo período de crescimento onde temos todas as oportunidades de nos reinventarmos, começar do início e tornar as coisas melhores do que eram. Ser optimista também é uma forma de ajudar a economia e por isso estamos em alturas de definir estratégias para um melhor futuro no curto, médio e longo-prazo.

O autor não possui interesses diretos ou indiretos nos exemplos mostrados, sendo estes única e exclusivamente de caracter didático.

Fonte de Imagem: Claire Célérier, Boris Vallé, “What drives financial complexity – A look into the retail market of structured products »

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